O Festival Internacional de Fotografia de Belo Horizonte (FIF-BH), que está em sua terceira edição, tem como proposta transformar a cidade, pelo período de um mês, em um pólo de convergência para a discussão e reflexão sobre a produção da imagem fotográfica no Brasil e no mundo, por meio de palestras, exposições, workshops, leituras de portfólio, projeções na cidade, pela realização de uma Maratona Fotográfica e exposição de fotografia em espaços públicos de grande circulação de pessoas. O evento reúne na capital mineira importantes pensadores e produtores, brasileiros e estrangeiros, a fim de construir um espaço dedicado à crítica, produção e reflexão sobre o campo da fotografia e da imagem no mundo contemporâneo.
TRANSVERSAL
Com a curadoria e coordenação de Bruno Vilela e Guilherme Cunha, o projeto TRANSVERSAL – Circuito de Imagens no Espaço Urbano – tem por objetivo ampliar a experiência da imagem poética inserida no corpo da cidade, atravessando suas complexidades e modelos de visualidade, passando a fazer parte do cotidiano de sua população. O conceito do projeto se baseia na ideia de transversalidade vinda da Geometria, onde uma linha transversal é aquela que atravessa outros sistemas de linhas, corta o espaço, gerando uma infinidade de possíveis ângulos e conexões, antes inexistentes, entre as entidades envolvidas nessa relação. Nesse sentido, a iniciativa reforça o potencial de espaços públicos como parques e praças – destinados tradicionalmente ao lazer, sociabilidade e preservação ambiental – como plataformas para exibição e compartilhamento de trabalhos de arte, promovendo o estímulo à reflexão crítica por meio da imagem.
Em sua primeira edição o Transversal realizou uma exposição ao ar livre composta por 36 obras, impressas em grandes formatos, de artistas internacionais e brasileiros, com o objetivo de discutir como o retrato pode influenciar a construção das diferentes noções de identidade, modelos de percepção sobre o outro e sobre nós mesmos. Deslocando a produção contemporânea da imagem para o Parque Municipal de Belo Horizonte e para o Parque Lagoa do Nado, a exposição dialoga mais diretamente com a dinâmica da vida urbana, criando outras possíveis conexões e linhas de força entre a cidade, sua população e as poéticas visuais.
Artistas participantes da primeira edição do projeto: Luis Arturo Aguirre (México), Namsa Leuba (Suíça), O Zhang (China), Paulo Nazareth (Brasil), Ruud Vab Empel (Holanda) e Coletivo Trema (Brasil)
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Project TRANSVERSAL – A Circuit of Images on the Urban Space aims to expand the perception of poetic images inserted into the urban body, crossing their complexities and visuality models, becoming part of the daily life of its inhabitants. Its conceptual framework is based on the mathematical idea of transversality which states that a line intersecting any system of other lines, across the space, creates a infinity possibilities of angles and connections between the involved entities.To that effect, this initiative reinforces the potential of public spaces such as parks and squares – traditionally destined for leisure, sociability and environmental conservation – as platforms for the exhibition and sharing of works of art, promoting and encouraging critical reflections through images.
In its first edition, Transversal will hold an outdoor exhibition composed of 36 works by Brazilian and international artists, printed on large formats, with the objective of discussing how portraits can influence the construction of different concepts of identity and perception models related to others and ourselves. By relocating the contemporary production of images to the municipal park of Belo Horizonte, the exhibition interacts more directly with the dynamics of urban life, creating more conceivable connections and parameters between the city, its population and visual poetics.
EXA – Espaço Experimental de Arte
O EXA é um espaço múltiplo dedicado ao desenvolvimento da criatividade, pensamento crítico e artístico, sediado em Belo Horizonte. Nossa proposta é fomentar a produção, formação, reflexão e a experimentação no universo da Arte em seus diversos campos de diálogo, como arquitetura, design, fotografia, vídeo, dentre outros, oferecendo espaço para exposições, cursos, seminários, mostras de vídeo, lançamentos de livros, etc. Criei este espaço porque acredito que uma boa formação política e ética, passa também por uma formação estética, e o desenvolvimento do pensamento artístico e criativo pode contribuir para a construção de novos valores simbólicos no mundo contemporâneo.
Entre 2012 e 2014 o EXA, ocupou um espaço no bairro da Savassi, em Belo Horizonte, onde se realizou diversas exposições, encontros, cursos, palestras, mostras de vídeo, etc. Desde então o EXA tem funcionado como espaço desmaterializado, que se utiliza de espaços parceiros para realizar suas ações.
Maratona Fotográfica
A Maratona Fotográfica é um projeto que convidou fotógrafos residentes em Belo Horizonte para criar um trabalho fotográfico sobre a Zona Leste de BH. Foram convidados, portanto, sete fotógrafos, cada um deles com uma experiência diferenciada, mas com um fio condutor em comum: o interesse e o desenvolvimento de uma poética pessoal que se materializa através de imagens fotográficas.
Durante as saídas, cada um pode escolher, à sua maneira, para onde ir e como dirigir o seu foco. Alguns já tinham um projeto em mente, outros começaram a desenvolvê-lo ali mesmo durante o percurso, ao entrar em contato com o ambiente, com as pessoas, com a atmosfera, com os sons do lugar. A reunião das imagens produzidas durante a maratona revela, por meio do olhar de cada um, aspectos dos lugares que, por muitas vezes, se tornam invisíveis diante de um cotidiano cada vez mais acelerado.
O resultado da Maratona Fotográfica foi a exposição que inaugurou a Galeria Caminhos do Futuro do Plug Minas – Centro de Formação e Experimentação em Cultura Digital. Fotógrafos Participantes: Bruno Vilela, Bruno Magalhães, Felipe Ferreira, Guilherme Cunha, Pedro Furtado, Simone Pazzine, Viviane Gandra e Marco Antônio Vieira.
Posteriormente a Maratona Fotográfica foi introduzida na programação do FIF – Festival Internacional de Fotografia, como atividade educativa e de produção artística.
Ocupar Espaços
O projeto Ocupar Espaços fomenta a experimentação audiovisual e tecnológica, discutindo as relações existentes entre pessoas e cidades, mídia e sociedade, cultura digital e cultura livre. A proposta envolve laboratórios de criação coletiva com a participação do grupo que compõe o Projeto – profissionais do Núcleo Multimeios da Oficina de Imagens, integrantes do Projeto Memória (da Barragem Santa Lúcia) e do Criarte (coletivo de grupos culturais no Aglomerado Serra) e pesquisadores do Lagear da Faculdade de Arquitetura da UFMG ), dentre outros. O intercâmbio entre os dois grupos é uma estratégia para construção de um projeto coletivo que contenha novas/outras referências, tanto no campo estético, quanto no campo político. Ao final um circuito audiovisual interativo foi instalado em duas praças (Favela da Serra – Barragem Santa Lucia) onde foram criadas algumas interfaces que, na verdade, conformaram ambientes multimidiais interativos. Esses ambientes digitais interativos foram projetados em espaços físicos e abertos das duas favelas, de onde as pessoas puderam, através de gestos, interagir tanto com as imagens quanto com as pessoas da outra comunidade, criando, assim, um terceiro espaço em tempo real.